sexta-feira, 7 de outubro de 2011

SIMPÓSIO INTERDISCIPLINAR 2011

‘LE MIROIR D’UN MOMENT’:
CULTURA FRANCESA, INOVAÇAO E PIONEIRISMO


INTRODUÇÃO

A Associação Nacional de Instrumentos Musicais (ANIMUSIC), em conjunto com a Unidade de Investigação em Música e Musicologia da Universidade de Évora e com o apoio da Juventude Musical Portuguesa - Delegação do Porto, organiza o segundo Simpósio Interdisciplinar sob o tema: "Le miroir d’un Moment”: Cultura Francesa, Inovação e Pioneirismo". Subjacente a esta iniciativa está a vontade de proporcionar, num espaço e tempo, um encontro de especialistas em áreas diversificadas que, sobre uma temática, partilhem entre si conhecimento e experiências. Para além de se promoverem participações nacionais e estrangeiras, em número que não prejudique o desejado interrelacionamento, incluímos na programação momentos de música, poesia e teatro. Oferece-se um período limitado para comunicações livres (propostas (20 minutos) a serem enviadas até ao dia 15 de Novembro).

Convidamos a um olhar sobre o Simpósio do ano transacto em: http://animusic-portugal.blogspot.com/2010_10_01_archive.html. Em 2011 será realizado no dia 3 de Dezembro na sede da JMP-Porto (Rua da Restauração, n.º 418), das 10h às 19h.

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TEMÁTICA
Entre as efemérides para 2011, ressaltava o centenário da editora Gallimard e da sua Nouvelle Révue Française, um marco da, então dominante, cultura francesa – daí, a escolha deste “momento” (alusão ao poema de Paul Éluard com o mesmo título, publicado em Capitale de la Douleur) – que desde o século das Luzes impunha os seus cânones linguísticos, artísticos ou até das modas. O “Francesismo” – e seguimos a definição proposta por Álvaro Manuel Machado (1984) – como imagem e influência da “douce”, “belle” ou, para nós, chère França, cujo idioma era reconhecido como expressão da diplomacia, da filosofia, enfim, do conhecimento, linguagem da sensibilidade, da estética, como tão bem a Música expressa, “com tudo o que a cultura, como fenómeno múltiplo e complexo, implica: vida social, formação de elites, literatura, ensino, ideologia”.
A cultura francesa como veiculadora de ideias novas, de vanguarda (avant-garde), do tão apregoado empenhamento (engagement) com o tempo e o modo. Isto com tudo o que acarreta uma Weltschauung (mundividência): ideal cosmopolita, centro difusor de uma civilização, enquanto sinónimo de cidadania, urbanidade e, porque não, urbanismo, ao mesmo tempo elo e charneira entre Norte e Sul, opondo-se a um certo provincianismo patriótico ou patrioteiro – patente, por exemplo, a partir dos panfletos                        anti-napoleónicos…
Esta presença é testemunhada pelos autores constantes nas bibliotecas domésticas da época: Comtesse de Gencé – generalizadora da tão aclamada corbeille das noivas… – Ponson du Terrail, Bellot, Dumas Filho, enquanto a Bibliothèque Rose ditava os gostos no feminino. O “tocar piano e falar francês” correspondia ao “saber estar” em sociedade, ao “adequado”, de acordo com regras generalizadas pelos manuais de civilidade e etiqueta.
Tudo isto gostaríamos de recordar, não numa perspectiva nostálgica ou saudosista, mas tendo como exemplo o caminho aberto por pioneiros, vanguardistas, inovadores. Aí fica para todos os que quiserem trilhá-lo “avec sa vérité”, “avec sa réalité”.
Olga Ribeiro, da Comissão Organizadora
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